segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Maxikoan - O Ínvio Andante Na Sombra Da Última Filosofia Ou O Gato De Schrödinger


O Ínvio Andante Na Sombra Da Última Filosofia


O Gato De Schrödinger

Preso nas amarras dos pensamentos puros, platônicos. Trancafiado num cubículo. Só resta a metafísica, a imaginação. A figuração de belas paisagens, sábias com  gorjeios constritos e galanteios coloridos para a fêmea que observa numa primavera infinita. Hobbes venceu. O absolutismo da propriedade destruiu a liberdade natural de pensarmos que somos livres. Estamos inertes, estamos condenados pelas constituições nacionais. Impedidos de viajar pelos oceanos do planeta. Vigiados pelos aparatos militares-cibernéticos. As cachoeiras estão aprisionadas pelas cercas do liberalismo. As margens dos líquidos planos tem donos, proprietários. As montanhas estão indisponíveis. A existência ficou insuportável para quem conseguiu se desvincilhar das enxárcias da alienação midiática. Estamos condenados a viver castrados mentalmente pelas instituições repressoras. Estancamos nas regras manipuladoras do estado big brother de pós-Orwell. Passamos sem realizar as tarefas do ser e apodrecemos na terra do ter. A existência é uma capsula de tempo sem sentido numa sintaxe improvável. Os aborígenes ainda livres são perseguidos pela aculturação ocidental. O consumo é a pedra filosofal da sociedade. Apesar de não termos assinado o contrato social de Rousseau, que seria apenas mais uma versão de opressão ao homem, não temos liberdade. O ínvio andante caminha e não sai do lugar. Seus pés sustentam os grilhões do capitalismo. A configuração neuronal suporta a química da escravidão advinda do sistema. O ser encarcerado no sujeito formado pela ideologia do mercado terá seu fim sem a liberdade possível. O senhor da casa grande jogou seus sustentáculos que subordinam, sufocam qualquer tentativa de "livre-arbítrio". Os homens escravos da moderna ideologia oculta se alegram com as artificialidades que movem o motor da casa grande. O ínvio andante tenta flutuar nos pensamentos que o leva a paraísos artificiais, que lhe dão guarita, oferecem um pequeno raio de luz libertário, porém ele sabe que o anverso do espelho de Alice não existe, que o gato de Schrödinger é uma especie de teologia, uma transcendência da ciência.