segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Maxikoan, VI - BERKELEY TINHA RAZÃO






Maxikoan - VI

BERKELEY TEM RAZÃO









O homem precisou  trazer no cérebro por meio da Palingenesia, por mais de dois mil anos,  o conceito incorpóreo do átomo, ocultamente maturado por inúmeras gerações. Idealizado por Leucipo na Grécia Antiga - de belos mares e mitos esplendorosos. Hoje sabemos de sua existência. A tecnologia permitiu a comprovação de sua realidade. Percorremos séculos com a ideia átomo, incubada na caixa neuronal, como metafísica, sem provas materiais. Uma pergunta é pertinente para nossa "crença" na existência concreta do átomo:

- Que comprovação é esta em que os sentidos precisam de percepções artificiais (tecnologia) para que tenham êxito em sentir o insensível em estado natural?



Foi preciso que criássemos instrumentos, ferramentas para revelar o que passou oculto aos olhos da historia humana.  Isto nos dá motivos, quase certeza para inquirir se o conceito antecede a realidade? Apesar da era da incerteza (Heisenberg), nos parece que a realidade é construída, edificada na subjetividade individual em direção a um senso comum realístico. O Bóson de Higgs foi materializado dentro do túnel do CERN. Agora, precisamos de um novo santo graal, ou melhor, um conceito ou teoria para preencher o estofo do universo. Pela velocidade que se processa o conhecimento, tanto em computadores como nas configurações cerebrais, a distância entre os conceitos e a realidade se abreviou. Fazendo uma analogia, cada vez mais tomaremos vinhos nobres com menos tempo de maturação.








A experiência é apenas o efeito do ideal. O que virtualmente se constrói em nossos dias  é o esqueleto do porvir. A realidade é prisioneira conceitual do passado, os sentidos são os títeres da configuração neuronal. O espaço-tempo é a medida da rotação do conceito-realidade, estamos condenados a filosofia de Berkeley, mas sem deus...
  




  TRIBUTO A BERKELEY


Ultrapassei o humano

Meus poros imploram suores

Minhas roupas querem ser um santo sudário

O pênis em honra a priapo jorra secreções...


Descobri os segredos da mente divina

Sua verdade é a negação

Sua bondade é bondade invertida

Nada existe para o que existe...


Sistemas são a organização do irreal

As quimeras habitam as afetações

Deixei de ser matéria

Sou sopro estendido no etéreo... 


Arrumei a morada dos deuses

Decapitei o divino e servi sangue em taças

Os humanos merecem o sacrifício, 

Porém sejamos  realistas

Morte aos Sacerdotes...