Fragmentos & Integralidade do Complexo
I
Mais importante que a simetria na física quântica é a sua quebra, pois se ela não existisse a vida seria impossível (claro que falo da existência que os humanos conhecem). Há uma promiscuidade de subpartículas no universo, o que torna impossível desvendar a mecânica e a constituição da matéria e, também, medir a energia responsável pelo movimento.
II
Argumentos não conseguem preencher a vida psicológica, a existência precisa do fenômeno entrando pelos sentidos. A vida autentica de Heidegger é desnecessária para o universo e para o próprio homem.
III
Maxikoan é o passo adiante, é a ultrapassagem do paradoxo, numa dialéctica sem fim no mundo das ideias de Platão, replicada ao infinito, mas sabedor que o conhecimento da experiência é relativo e a ciência provisoria...
IV
Karl Popper se enganou quando diz que só o passado é certo. Concordo com Popper quando diz que o futuro é aberto, porém, acrescento, também o passado. O pretérito depende da hermenêutica e a única maneira de conhecer o passado é interpretá-lo e a interpretação é dependente das circunstâncias e ideologia. A hermenêutica e a historia baseada em documentos está comprometida pelos rastros deixados, assim como a interpretação no presente, pois ambos estão vinculados pelos dedos da subjetividade. Os prédios, as obras de artes, ruínas e todo o antropoformismo objetivo, afunda na impossibilidade de captarmos o sentido dos construtores da época do objeto.
V
Não existe moral nem ética e sim interpretações dos fenômenos.
(Nietzsche)
Abandonem as pesadas indumentárias acadêmicas. Fiquem nus, pois a experiência não tem regras extraídas da suposta racionalidade do homem. Não existe inocência no universo, mesmos as coisas inertes estão programadas pelo acaso desde o big-bang. Dionísio de Nietzsche significa este acaso que fez nascer a audição de uma mandíbula que prescrutava as vibrações do inimigo ou da caça.
AMOR FATI
ou
Beco Sem-Saída
As cordas do destino foram molhadas com cerol
Acabou o dedilhar de meus sonhos
A sinfonia se tornou distonia...
Como numa sepulcral segunda-feira
Em que nossos pesados corpos estão a passar
Num tempo que se inclina para o infinito